quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Tributo a você

Ah se você soubesse a falta que você me faz...
Daqui há alguns dias eu vou completar quase a idade que você tinha quando fui sua. Aquela garota ainda sente falta da sua orientação aos meus gestos descuidados e inexperientes. Sinto falta do cheiro dos livros no seu apartamento, dos encontros às escondidas, das propostas indecorosas e das mensagens indiretas que começaram tudo.
Aquela subversão livre de regras me trazem um sorriso malicioso no canto da boca.
Hoje é uma madrugada chuvosa e eu me sinto inquieta e confusa por aquele contato que você não prosseguiu comigo. 
Sinto falta das suas digressões que não acho mais nas páginas da internet, do seu toque e dos nossos desvaneios mais descabidos que confidenciamos um ao outro. 
Essas palavras eu disserto sussurrando no meio da noite, eu declamo na minha mente enquanto toco minha carne querendo você comigo. 
Sinto falta do seu peso sobre mim na sua cama de solteiro enquanto balbuciava absurdos no meu ouvido. 
Percebo meus pêlos crescendo e lembro o quanto gostava de observá-los molhados com meu desejo. Meus lábios se abrem e sentem sede de você aqui, meu corpo se contorce e se consome por esse furor que me é constante. Chamo seu nome em voz alta lembrando do seu rosto corado na presença de outras pessoas ao redor de nós dois. 
Sinto falta da sua satisfação ao me ver contar das minhas imersões com outras pessoas, eu tenho novas histórias que gostaria de saber.

Você foi meu segredo mais saboroso e ainda percorre minhas entranhas quando mergulho meu dedos entre as pernas. Depois de tantos anos ainda consegue mexer com a minha libido sem provavelmente saber disso.
Eu sempre quero lembrar de você quando esse fogo me consome e me tira do eixo, das aventuras sem calcinha na sua porta, dos pornôs caseiros, da sua timidez na nossa primeira vez e até da sua seriedade em não confundir trabalho com prazer.

Se você soubesse a falta que você me faz, poderíamos estar enlouquecendo novamente. Agora com uma mulher que te deseja como aquela garota pra quem você abriu um mundo de possibilidades.

Me contento com a paixão que o tempo não me deixa esquecer. E os trovões dessa noite me traduzem enquanto te ofereço cada fluído meu. Os céus enfurecem como meu desejo que ecoa com meus gemidos da saudade que é ter você dentro de mim.
 A calmaria do fim da tempestade acompanha a melancolia da minha alma saciada por essas memórias. Fico em brasa, ofegante, calada e com ainda mais vontade, porque você sempre habita meu imaginário.

Queria que me ouvisse daqui, como a chuva na sua janela... Ah que falta você me faz!

Insight VII


 Às vezes eu paro toda a atividade do dia a dia para contemplar meu desejo. Eu penso na cobiça de cada centímetro meu. Penso em alguéns aleatórios explanando minhas curvas voluptuosamente. Os detalhes me prendem, como o som da lubrificação dos corpos se esfregando, as bocas sugando minha loucura, o tirar da roupa roçando nos meus mamilos, a agressividade sufocando meu pescoço, o puxar dos cabelos, o suor escorrendo por entre os poros, o arrepiar dos pelos. Urros e sussurros ao pé do ouvido, o linguajar pecaminoso e sujo proclamado entre quatro paredes. Meu descontrole me alcança em todos aqueles que eu imagino comigo, ora homens, ora mulheres, por vezes só me observando, outras me provando, solo ou em grupos, sendo protagonista ou só espiando.
Eu mergulho em minha carne e a umidade nela me atiça, me enfurece, me faz balbuciar baixo minhas loucuras enquanto sinto minhas entranhas escorregarem em satisfação. Eu visualizo corpos nus, orgãos isoladamente iluminados, lábios, seios, vulvas e falos se tocando e sendo estimulados.  A sexualidade alheia me fascina, as imagens se sobrepõe entre fantasia criada e realidade vivida. A obscenidade generosamente invade minha alma, sinto minhas pernas bambas, meu eixo trêmulo, a respiração falta, a boca saliva, os músculos se contraem e me deparo com o prazer me preenchendo incansavelmente como um curto circuito. Eu encharco a cadeira e esvazio a mente, me distraio das atribuições para abraçar a liberdade que me contempla.

Meu tatuador

Tínhamos nos percebido desde o primeiro instante. Nos vimos e logo nos identificamos, mas continuamos calados e distantes. Toda sexta-feira eu chegava e ele já está lá sentado na cadeira esperando sua vez e eu ficava do outro lado da sala fazendo o mesmo. Trocávamos olhares, mas só. Às vezes ele me pegava olhando e vice e versa. Estava claro uma certa curiosidade, mas ninguém tomava iniciativa. Comecei a sair de casa pensando na roupa que achava que ele gostaria, sem nem saber seu nome. Eu prestava atenção nas suas conversas pelo celular, no estilo de se vestir e nas tatuagens amostra pelo corpo. 
Depois de algumas semanas eu já esperava encontrá-lo, quando certa vez não o vi na cadeira de sempre, procurei rapidamente por outros espaços até sentir um estranho alívio ao revê-lo. Sua presença me cativava e seu sorriso molhava minha calcinha. Uma vez ele dirigiu a mim um comentário disperso sobre o dia, eu reagi sem falar muito, mas entendi que era só uma desculpa para quebrar aquela distância. Conforme passavam os encontros parecíamos mais a vontade um com a presença do outro, já trocávamos bom dia sem estranheza. 
Em outra vez, ele cochilava na cadeira encostado na parede, e eu fiquei calada em outro banco próximo, analisando seus cílios compridos, as falhas da barba e uma tatuagem que fogia do peito por entre os botões da sua camisa xadrez. Acordou quando chegou sua vez de ir embora eu arrisquei perguntar do nada: "você por um acaso não é tatuador não, é?" - ele sorriu e me confirmou que sim e se inclinou em minha direção. Eu fingia normalidade por fora, mas formigava por dentro e me atrapalhei algumas vezes nas palavras ao tentar explicar meu interesse por sua profissão e descrever a minha, que até aquele momento ele havia pensado que também era de tatuadora por causa dos meus rabiscos pelo corpo. Estendeu a mão para se despedir e eu não soube como cumprimentá-lo, me confundi, acabei fechando os dedos nos dele e senti a textura grossa de sua pele. 
Na sexta-feira seguinte eu tentei me conter para não me produzir muito e declarar minha intenção óbvia demais. Ele por sua vez estava muito bonito, não que não fosse antes, mas notei um certo esforço na conjuntura das peças dessa vez. Uma camisa personalizada preta que o vestia tão bem quanto eu gostaria de vestir seu peito. Uma jeans azul na minha lavagem preferida e um boné de aba reta combinando. Eu logo que pude, sentei ao seu lado e comentei da camisa. Fomos conversando daí sem fim, a gente tentava falar e manter os olhos nos celulares como se tentássemos convencer que nossa atenção não era exclusiva. Atravessamos diversos assuntos, inclusive política e problemas sociais, o que foi bom saber, que ele lutava do mesmo lado que o meu. Em alguns momentos eu me distraia com seu perfume, daqueles tipos claramente masculinos e amadeirado, não havia reparado nisso das outras vezes, desconfio que eu teria percebido antes e escolhi acreditar que talvez fizesse parte do esforço para me reencontrar. Às vezes sua imagem ficava muda, o cheiro me fazia hipnotizar junto com seus olhos, que descobri, serem amendoados e combinavam perfeitamente à linha d'água que parecia contornada a lápis. Eu estava bem perto dessa vez e fiquei viciada em sua boca, imaginava como seria um beijo seu e me questionava até que ponto seu cavanhaque me excitaria se rosçasse no meu pescoço. Enquanto eu o ouvia minha língua ficava inquieta e caminhava por entre meus lábios. Eu estava mais tranquila que no início, mas ainda policiava meus olhares. 
 Mais uma semana acontecendo e eu me deparava lembrando do seu sorriso. Não sei se ao menos se lembrava de mim, mas ele sempre vinha na minha cabeça e entre minhas pernas. Viajava com as possibilidades do seu corpo no meu, via seus dedos caminhando por cada parte minha, imaginava como seria o seu gemido de êxtase no auge do seu deleite me consumindo. Parava várias vezes ao dia para contemplar as cenas de suor e satisfação que vinha à minha cabeça e inquietavam meu sexo, me imaginava provando seu gosto enquanto ele bebia do meu. Eu sentia minhas partes úmidas e me divertia sozinha sonhando com suas mãos ásperas na minha cintura me conduzindo pra senti-lo dentro de mim. Flutuava a língua no ar idealizando como seria seu toque, ora doce e delicado, ora furioso e faminto. Ardia querendo que brincasse com meus seios enquanto eu sentasse no seu tesão. Me estimulava e transbordava de loucura nas possibilidades do meu desejo encher sua boca.

Essa agonia me alimentava toda a semana e reabastecia a cada sexta-feira, a atração platônica ficou tatuada em mim e ainda me visita até hoje.



segunda-feira, 17 de julho de 2023

Nós

Estávamos deitadas brincando com a ideia de ficarmos juntas. Éramos amigas há muito tempo, mas nunca fomos confidentes e eu estava em seu apartamento somente aquela noite. As risadas cessaram por alguns segundos e ficou um silêncio constrangedor no ar, enquanto nos olhávamos fixamente. Ela sorriu com os olhos e mordeu os lábios, eu cheguei mais perto e esperei ela retribuir a aproximação...

Há tempos eu não sentia uma boca tão delicada e ao mesmo tempo ávida para ser beijada. Fomos sentindo o corpo uma da outra e esquentando entre os lençóis. Eu acariciei seus seios sob a camisola, sentir os mamilos rijos aumentava minha fome, eram fartos macios e deliciosos. Tirei a alça pra sentir sua pele, seu cheiro, enchia as mãos e sugava, ela se contorcia, eu mordia, lambia, ela gemia. Abri suas pernas e travei as minhas por cima. Senti sua calcinha molhada, eu a torturava esfregando a mão de leve em cima do tecido úmido. Quando ela gozou, eu fiquei a admirando, e por algum tempo perdi o controle. Ela avançou, tirou minha blusa e retribuía meus beijos e afagos. Nossos seios se encontraram e roçavam um no outro. Ela tirou meu shorts e pra sua surpresa eu não usava mais nada pra dormir, maravilhada ela debruçou seus lábios finos nas minhas partes carnudas. Me fitou por uns instantes enquanto mergulhava dentro de mim, eu vi a ambição, ela lambia e sugava meu clitóris faminta e ao mesmo tempo afundava seus dedos, eles entravam e saiam e me faziam estremecer, foram substituídos por sua língua que me invadiu freneticamente até eu encher sua boca com meu delírio.
Ainda tínhamos fome. Voltei a alcançar seus seios e a rendi novamente, agora eu retiribuia seu gesto. Encontrei seu vértice encharcado e provei seu gosto, sua vulva era rosada e seus pequenos lábios salientes e tenros, minha lingua penetrou sua vagina, explorou seu grelo avantajado e chupou todo seu adocicado nectar. Suas suplicas me enlouqueciam e entrei em extase quando esguichou em mim, me embebedei do seu prazer.

Fomos para o banho, a água caminhando em seu corpo, sua sensualidade a alguns toques de mim, seus beijos e carícias molhados, eu a queria de novo. Me afogava no chuveiro para alcançá-la, dedilhava suas curvas enquanto ela sussurrava seu tesão no meu ouvido. Desliguei a água e a pousei sobre a banheira abaixo de nós, ela se entrega e se oferecia, consegui me encaixar por cima, como um homem faria para encaixar seu falo, comecei a enfregar meu sexo no seu, entramos num transe irracional, jorramos juntas a loucura que nos consumia. Uma se satisfazia com o prazer da outra. Naquela noite só paramos quando esgotamos nossa energia e nosso desejo.

sábado, 24 de junho de 2023

Armadilha

Ele me olhou a noite toda, mas eu estava ficando com o dono festa. A casa foi esvaziando no meio da madrugada e o vi conversando com meu acompanhante. Eu estava sentada próximo ao balcão do bar quando os dois se aproximaram, fui apresentada e passamos alguns minutos interagindo agradavelmente uns com os outros, mas ele ainda me fitava com um sorriso malicioso. 
Quando meu novo pretendente se ausentou para ir ao banheiro, meu parceiro me abraçou pelas costas e fui surpreendida com uma proposta em meu ouvido: meu mais profundo desejo poderia ser realizado naquela noite. Eu o beijei como sinal de consentimento enquanto o único convidado que restou nos observava, virei o rosto e finalmente sorri com a condescendência que ele ansiava. Fui em sua direção, segurei em seu rosto e experimentei aqueles lábios que tanto me provocaram a noite toda.

Estava cercada, dois homens robustos e o vigor protuberante que sentia em suas calças. Ser cobiçada assim me fazia transbordar, eu era como um barco na tempestade, não tinha controle e tentava me manter firme, mas no meu caso eu não tinha nenhum problema em naufragar com eles. Revezava os beijos e me perdia nas mãos que percorriam meu corpo. Fui aos poucos levada para o quarto. Um acariciava e se lambuzava nos meus seios, já amostra, o outro se esfregava na minha bunda enquanto beijava meu pescoço. Tiramos as roupas durante aquele conflito e eu deitei na cama, os rapazes estavam empenhados em me enlouquecer, um explorava com sua língua, sugava meus mamilos tão avidamente que me fazia oferecer ainda mais néctar ao outro, que provava meu gosto entre as pernas. Escapei por alguns segundos e engatinhei sozinha sobre os lençóis. Meu cúmplice, na beira da cama, puxou meu quadril e me penetrou, nosso convidado foi para a outra ponta e era minha vez de saborear seu desejo. 
Eu sucumbia àquela loucura minuto a minuto, mudávamos de ordem e posições, eu me deleitava sem qualquer domínio. Em um momento fiquei exatamente como imaginava em meus devaneios sobre um ménage à trois, estava deitada de lado, um me encarava enquanto alcançava ponto a ponto dentro de mim pela frente e o outro me segurava firme enquanto encaixava seu tesão por trás. O ritmo começou leve e se ajeitou sozinho. Num ato farto e egoísta, aquela luxuria era contradáitoriamente divina e meu regojizo era dubiamente delicioso

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Date

Chegamos ao quarto de hotel, e ao som de uma música envolvente corri para acender um cigarro. O encontro tinha sido gratificante até ali, mas eu estava confessadamente ansiosa para como seguiriamos. Ele tirou a camisa e passou a me observar debruçada na janela, senti aquela cobiça esquentando meu corpo e o fitei sobre o ombro por um segundo, sorri e dei mais um trago. Imediatamente ele se aproximou, segurou meu pulso, levou o cigarro para si, se aproximou e soltou a fumaça na minha boca já semi aberta. Nos beijamos e ele me pressionou contra parede e fui obrigada a largar meu vício para abraçar meu mais novo interesse. Entrelaçei as mãos em seu pescoço e fechei os olhos, ele tinha lábios carnudos e um beijo calmo e provocante como eu apreciava. Suas mãos caminharam até meus seios que estavam protegidos somente com o tecido da blusa, ele os massageava e apertava sentindo que eu o correspondia, puxou o tecido para baixo e começou a lambuzar meus mamilos. Eu perdia o controle e já tinha a respiração alterada e o corpo entregue. Ele me segurou firme pela cintura e me virou de costas, segurou minhas mãos pra cima e pressionou sua virilha contra mim, eu sentia sua rigidez entre minhas nádegas, foi o bastante pra eu me empinar e provocá-lo como réplica. Tiramos as calças e continuamos naquela dança quente. Ele puxava meu cabelo, beijava meu pescoço e declarava seu desejo no meu ouvido. Eu estava presa ali e cada vez mais entusiasmada, o que ele percebeu quando me tocou entre as pernas. A umidade da calcinha declarava minha satisfação. Ele puxou o tecido para lado e afundou os dedos na minha loucura, quando eu estava enfurecendo, encostou e esfregou seu membro já despido, na minha carne e me fez implorar para ser submetida a sua vontade. Eu não queria que ele parasse aquela tortura e ao mesmo tempo pedia por ele dentro de mim. Quando me penetrou, me fez sentir cada sentimento que alcançava e meu regozijo foi imediato, salivei boquiaberta. Os movimentos foram ficando cada vez mais frenéticos, até que ele parou e me fez labutar sozinha na loucura que me consumia. Eu gemia alto e apoiava na parede pedindo mais, o deleite chegava tenro, enquanto ele me observava.

Fomos para a beira da cama, eu me mantive ali, agora sentada e plenamente ativa. Ele me estimulava, me xingava, batia na minha coxa. Eu estava convulsiva quando ele apertou meus mamilos e me deixou ainda mais louca. Ele disse que não ia aguentar, eu me encaixei de frente para vê-lo e galopei até o anuncio do seu gozo chegar dentro de mim. Os palavrões e a fúria nos dominava e senti-lo fora de si era tão bom quanto o contentamento do meu desejo.

 A trilha sonora já não importava mais e entre suor, fogo e paixão nossa noite só estava começando.


sábado, 3 de junho de 2023

Insight VI

Ele tocou o tecido de algodão que cobria meu desejo, acariciou minha vontade, umideceu meu orgulho e mergulhou na minha loucura.

Café da manhã

No aconchego dos corpus nus entrelaçados  embaixo das cobertas, eu dormia ainda com um sorriso no canto do rosto pela noite anterior.  Percebi que ele estava acordado quando senti um roçar suave vindo por trás. Senti seu volume crescendo enquanto suas mãos passaram nos meus braços e alcançaram meus seios; as carícias despertaram meus quadris que usei para provocá-lo e retribuir meu contentamento. Ouriça-lo com o meu rebolado era uma das minhas maiores habilidades e eu regojizava em vê-lo pegar fogo. Nos viramos, e ele segurou minhas mãos para cima, as prendeu firme pelos pulsos, o que me fez arquear o corpo em direção ao seu. Baforou no meu colo e ombros seu ar de desafio, lambuzou-se nos meus mamilos por algum tempo, depois parou e me olhou nos olhos enquanto esfregava suavemente seu membro na porta da minha cavidade, minha lombar nao tinha mais pra onde ir de tanto se inclinar, meu corpo estava em fúria,  minha vontade escorria entre as pernas. Eu implorava pelo fim daquela tortura, vociferei palavrões misturados à clemencia. Ele sorriu, ô cochichou vulgaridades no meu ouvido e se dirigiu à minha fonte principal de néctar. Propôs-se a sugar tudo que ali havia, mas era um ciclo sem fim, quanto ele me chupava, mais eu expelia fluído,  e mesmo quando eu gozava e tentava por reflexo sair dali, ele me segurava pelas ancas e mergulhava mais forte em mim, nunca havia estado com alguém tão persistente, tanto que me fez esguichar uma satisfação que ainda me era desconhecida. Encharquei a cama e a boca do meu obstinado nas primeiras horas da manhã.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Insight V


Um calafrio na espinha, arrepio em todo o corpo, um calor entre as pernas que fica em brasa. A brisa do vento, as gotas do chuveiro, todo toque faz imaginar o delírio do que pode vir a ser. Pelo futuro perfeito fica essa febre molhada, quase doentia. Os dedos escorregam por entre os lábios úmidos algumas vezes ao dia, afim de acalentar esse sofrimento, mas só faz acender ainda mais a chama dessa tortura.
A voz rouca ao pé do ouvido, faz a respiração sair do tom, as palavras agressivas que anunciam sua fome por mim causam um salivar fora de hora, a boca se abre, o peito se enche de ar e molha a calcinha. 
Gana de se esfregar em qualquer lugar e hora para sufocar esse desejo que não cessa. Entrelaço as pernas e me contraio, o simples balançar do ônibus vira frissom no contato com o banco; os mamilos não obedecem dentro da roupa, a mente não consegue fugir desses pensamentos. Um constante suplício, prazeroso e angustiante até que esse momento finalmente aconteça.

sábado, 29 de abril de 2023

Amarras II


Depois de saborear algo tão novo quanto a minha entrega à submissão sádica, eu estava vencida. Meu corpo estava desfalecido, dolorido e pulsante. Minhas curvas estavam febris, e a brisa que vinha da janela soprava a realidade flamejante. Já  sem a venda, a claridade me tomava como um vampiro à luz do dia. Ele começou a me desamarrar com um cuidado inesperado, conforme os nós iam se desfazendo eu tomava consciência física da minha fragilidade.

Tirou os espaçadores das pernas, que eu mal sentia, me tirou membro a membro daquela posição infame e me deitou em seu colo, estrelaçou as mãos em meu cabelo e me trouxe até sua boca, me beijou com tamanha paixão que eu reacendi por um instante. Susurrou em meu ouvido: - "agora eu vou cuidar de você".

Me carregou  em seus braços como as princesas dos livros até uma banheira que parecia previamente preparada. As feridas arderam intensamente ao tocar a água aquecida, mas logo a sensação era de alívio. Eu ainda estava exaurida, mas agora a frieza da sala tinha sumido, estava num ambiente inversamente acolhedor. Enquanto desfrutava desse momento,  percebi que estava sendo observada copiosamente, o ar estava tão caloroso quanto seus olhos em mim do outro lado. Se aproximou, beijou meu lábios lentamente como se me alimentasse com sua saliva. Aos poucos foi se dirigindo para o pescoço, colo e seios amostra, fui sentindo sua língua em cada milímetro do meu corpo. Aquela fúria que eu conhecia a pouco, agora se transformava em delicadeza, ainda que com muita astúcia.  Eu estava totalmente entregue, não resistiria nem se conseguisse, embora não quisesse. 

Passou a venerar meu seios, ora deslizando os polegares entre os mamilos, que imediatamente despertaram, ora enchendo as mãos como sinal de gula. Navegou por entre eles por algum tempo, parecia uma gratificação por minha obediência. Se lambuzava com os bicos rijos, os sugava com força, mas sem mudar o ritmo sutil que empregava em cada toque. 

Levantou meu corpo calmamente e me debruçou na beira, agora muito bem apoiada no piso de saída, ficando com os quadris fora d'água. Ele tinha uma visão privilegiada de sua obra. Beijou minhas chagas, e pôs-se a adorar meu ânus e lábios inferiores, eu gemia de regozijo e loucura quando achava que ali derramaria minha nova derrota, penetrou seus dedos em mim com uma das mãos e buscou com a outra meu rosto afim de me olhar nos olhos em mais uma tortura. 

Embora eu não estivesse mais presa, estava igualmente tomada por essa outra faceta que ele me apresentava tão voluptuosamente. Espaçou mais minhas pernas e com meus gluteos empinados, alcançou minha entrada. Pacientemente ele enfurecia meu corpo, que mesmo debilitado, eu oferecia para saciar seu apetite. Caminhava com a língua entre os dois mundos possíveis, acariciou minhas pregas e sugou meu clitóris calmamente. Meu gozo me alcançou intensamente e ele bebeu meu néctar ofertado. 

Brincou com sua glande na minha vulva encharcada, me atingiu profundamente, senti cada centímetro alcançado, usou movimentos calmos de vai e vem, me deixando ébria de volúpia. A fúria o consumia e me ocupava cada vez mais, ele manteve o ritmo rarefeito, nos tornamos uníssonos ecoando nas quatro paredes, até eu sentir o calor do seu gozo me invadir por inteira e me fazer transbordar também.
Ele me rodava pelos cantos enquanto estava sentada em seu colo, era nossa brincadeira preferida. Aos risos nos olhamos e um clima diferente pairou no ar, nos beijamos e o que começou brando, parecia incendiar. Senti seu braços fortes me apertarem com furor e seu membro acordar por dentro da calça. Conferi com as mãos e acariciei o volume. Com a temperatura aumentando, tiramos as blusas, ajustei minhas pernas e me encaixei entre as rodas para ficarmos de frente um para o outro. Eu entrelacei as mãos na sua nuca e ele em meus cabelos; bocas abertas, linguas dispostas ao tato do que estivesse ao alcance, explorando orelha, sugando o pescoço, percorrendo os ombros e torax; mãos confusas e empolgadas. Me esfregava em seu nele até a gana me consumir intensamente, a cadeira sacudia mesmo apoiada na beira da cama. Mostrou para mim sua carne, eu a transpassei por entre minhas coxas, ele usava a destreza das mãos para massagear e lamber meus seios como pouco haviam feito, enquanto eu sentava freneticamente em sua extravagância. Nos olhamos nos olhos até saciar aquele desejo ambicioso que quebrava paradigmas.

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Amarras

Me deitou nua de bruços no braço do sofá, prendeu minhas mãos, eu permiti porque já tinha demonstrado interesse em práticas como essa. Também amarrou minhas pernas, mas com um afastador, que as mantinha ligeiramente abertas e atou muito bem cada extremidade que sobrara das cordas. Me senti indefesa, ouvir seus passos enquanto me inspecionava me deixava inquieta e quando me contorcia sentia os nós apertarem. Ele não ficou satisfeito com a altura dos meus quadris, resolveu então levantá-los com apoio de livros que tinha na prateleira. Escolheu Marques de Sade, que julgou fazer sentido àquela proposta.

Veio até mim e exibiu um chicote clássico de hipismo, o que me pareceu inofensivo no primeiro momento, mas seu sorriso malicioso no canto do do rosto, enquanto se levantava, estremeceu minha confiança.
 
Vendou meus os olhos e passeou com o couro pelo meu corpo. A medida que deslizava a pele arrepiava e a lentidão com a qual ele executava, deixava claro o quanto apreciava minha agonia. Quando chegou nas curvas maiores, minha boca encheu d'água, minhas mãos nas costas tentaram se soltar intuitivamente, as cordas estreitaram os laços ainda mais. O chicote subia por entre uma das pernas e estacionava no meio, como se quisesse checar minha umidade, o contato do couro me atiçava, a escuridão trazia uma confusão entre sofrimento e satisfação.
Sem anunciar açoitou minhas nádegas, involuntariamente gemi e arqueei o corpo, dava pra ouvir sua respiração profunda, duas... três... quatro chibatadas... Eu já ardia em chamas e implorei para que me penetrasse, recebi mais uma chicotada em retaliação e percebi que ao me contorcer meus grandes lábios se friccionavam entre si e na capa do livro. 

A medida que eu sofria, também recebia recompensa com os reflexos do meu corpo. O motivo dos urros já se misturavam entre dor e prazer, minhas pernas tremiam, o contorcionismo me aproximava do deleite. Esfregava meus mamilos eriçados no estofado, vibrava e roçava sobre Filosofia na alcova a cada estalo do couro. De boca aberta, me espremi, perdi a voz e delirei ofegante e combatida.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Insight IV

Me sentia suja ao cavalgar no braço do sofá. Era minha inocência falando, o desejo que eu não entendia e a moralidade que me condenava.

Eu

O estado febril de outros corpos me acende não importa se são homens ou mulheres. Perceber o regojizo alheio também abastece minha libido. 
Eu contorço minhas pernas enquanto escrevo, contraio meu corpo num fio de esperança de encontrar um acalanto na inquietude.  Mas os lábios friccionados um contra o outro só me trazem um calor que sobe até o pescoço.  De repente uma das minhas mãos alcançam a nuca, descem até os seios que dançam já soltos sob o tecido, a outra percebe a calcinha molhada e meus dedos descobrem uma poça e se afogam no desejo. 
A alça caindo sobre o ombro, o abocanhar do seio sobre o tecido, a fúria ao abrir a camisa sem desabotoá-la. O corpo côncavo a cada toque;
Uma sinfonia de caos a cada sussurro; A loucura invadindo o espaço farto entre os pequenos lábios. O frenesi constante e uníssono. O cavalgar da insensatez. A submissão ao novo; o roçar da barba nas costas, o beijo grego tão ansiado, a penetração duplamente delirante. A lágrima de descontrole involuntária nos olhos. O êxtase do infinito ... a chegada da chuva negra há tanto desejada num misto de recompensa e submissão.