segunda-feira, 22 de junho de 2020

insight 2


Quando ele a viu se exibindo como quem estivesse distraída, somente de calcinha no banheiro, daquelas que desenhavam muito bem suas curvas, ele logo chegou perto, por trás cheirou seu cabelo, abraçou-a tocando em seus seios e se roçou entre as pernas dela a fazendo sentir seu já protuberante entusiasmo. Ela sorriu, pois sua provocação havia dado certo. Ali fizeram uma espécie de dança, ela oferecendo as nadegas e ele toda sua virilidade por debaixo das calças. Estrearam a noite ali mesmo, num frenesi fumegante que ficaria pra sempre na memória. 

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Desejo consentido

Amanheceu sentindo sua espinha ser dedilhada, nua, acordou com os beijos que subiam até seu pescoço e arqueou o corpo oferecendo seu quadril, teve seus seios tocados enquanto fora penetrada, movida pela vontade que se empolgava a cada movimento. Seus cabelos foram puxados enquanto se sentia vazia novamente, a libido a contagiava. Agora era preenchida por algo que passou a vibrar dentro dela, e enquanto era possuída por sua própria vontade, esqueceu-se dos receios sobre seu corpo que tanto a preocupavam na véspera do encontro, estava entregue a qualquer proposta. Recebeu na pele um convite e permitiu-se ser também sodomizada. Um prazer duplamente indescritível. O suor escorria-lhe pelo corpo, suas mãos procuravam os lençóis que já faltavam na cama, os sussurros e gemidos se misturavam ao vazio, o frenesi a devorava intensamente. O desfecho se aproximava e não queria que acabasse, embora a razão já tivesse perdido o controle. O delírio a consumiu até perceber seu corpo ausente. Regozijou-se até sentir uma calmaria regada por afagos ao pé do ouvido e pelo peso de um corpo descansar sobre o seu, o que acalentada seu coração.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Insight

Me pediu para ir visitá-lo sem calcinha, na porta do apartamento à sua espera, me sentia como de fato estava por baixo da roupa, nua. Ele provocou minha libido e sua própria fantasia, cosumamos tudo ali, no mesmo segundo em que nos encontramos, nossos corpos se serviram de satisfação e nossas mentes de liberdade.

domingo, 3 de maio de 2020

Paloma e Angelica


Tudo começou com uma brincadeira, Angelica tinha se decepcionado com o namorado de anos com quem planejava casar. Tentava encontrar explicações no seu complexo de "corpo perfeito", ela era baixa e gorda e achava que esse era um dos motivos de ter sido trocada por outra garota. Paloma sempre a corrigia e dizia para a amiga que o que faltava não era o tal corpo que ela queria, que aliás era irreal, mas caráter no ex- namorado. Procurava elogiar e subir o astral da amiga.
Depois disso, Angelica não perdia a oportunidade de dizer a Paloma que não queria mais saber de homens, que estava cansada e perguntava - Quer namorar comigo? - Mas a amiga só levava o papo na brincadeira. Quantas mulheres já não haviam brincado com essa possibilidade?

Passaram a trocar gracejos e Angelica começou a admirar aquela independência e autosuficiência de Paloma, que sempre a fazia se sentir mais segura com sua presença e seu discurso de autoestima. Um dia saindo juntas do trabalho, Angelica parou numa praça que ficava no caminho do metrô e colocou a amiga contra parede, estava querendo levar aquela conversa a sério. Paloma cedeu e experimentou os beijos de uma mulher determinada e sedenta por amor.
Os encontros no fim do dia se tornaram rotina, depois também eram constantes aos fins de semana, até que os beijos e amassos não estavam mais satisfazendo as duas.
Paloma acabou ficando até tarde numa das idas até à casa de Angelica e depois de um filme num clima romântico, foi convidada pela amiga para sair do sofá e acompanhá-la até a cama, Paloma atendeu sem relutância. As duas se tocavam e se beijavam com a fome que vinha sendo alimentada há tempos. A libido que as cercava não cabia naquelas paredes.
Paloma tocou os seios voluptuosamente fartos que Angelica adorava exibir em diversos decotes para se autoafirmar, beijou e cheirou todos os cantos corpulentos e dobradiços dela, como se declarasse sem dizer sequer uma palavra, que ela era desejada sem obedecer a qualquer padrão, somente importava a vontade que sentiam uma pela outra. Pensava que quando chegasse a esse nivel de intimidade com Angelica, seria embaraçoso, dado o fato de tudo ser novo para as duas, mas o desejo em satisfazê-la era maior. Paloma ficou ali consumindo-a, até que pode sentir todo o gosto do prazer da colega transbordar em sua boca. Trocaram de lugar, e agora Angelica quem a fez sentir um gozo evoluído num grau ainda desconhecido das vezes que fora tocada por homens.
Era uma descoberta mútua em todas as vezes que se experimentavam. Certa vez, enquanto dividiram um quarto de hotel com um casal de amigos, eles na cama, elas nos sofá. Paloma subiu sobre Angelica, com movimentos pélvicos, as duas estavam sedentas com as pernas totalmente abertas, foi involuntário, encaixaram seus pequenos e grandes lábios tocando-se. Aquela sensação trazias-lhe um ápice antecipado. Angelica e Paloma pegaram fogo a ponto de chamarem a atenção do casal que se perguntou o que estava acontecendo. Mas elas pouco se importaram se estavam sendo observadas, continuaram a se esfregar e sentir o clitóris uma da outra, sentindo-se cada vez mais quentes, enfurecidas e embebidas por puro desejo, devoraram-se até se inundarem de recíproca satisfação.

Tornaram-se namoradas, pelo menos Paloma assim considerava, mas vivia se chateando com Angelica que trocava olhares com ela o dia inteiro, entregando a relação para os colegas de trabalho, mas soltava suas as mãos quando pisavam na rua. Foi concluindo que agora que alimentara a libido e a segurança de Angelica ela estava perdendo o interesse, partiram para brigas, ciúmes e traição velada, até que numa discussão Angelica admitiu que não queria assumir o que chamou de "aquilo", porque queria construir uma família e não era com uma mulher. Terminaram a relação e depois de mudarem de empresa foram perdendo contato, as sensações e as declarações de amor feitas sob os lençóis ficaram na memória, mas o resto não passou de uma aventura na vida das duas.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Lara


Desde a primeira vez, eles se olharam com interesse mútuo, foram apresentados por uma amiga casualmente num passeio pela rua. No fim de uma festa Gustavo ofereceu carona e Lara aceitou, torcendo para que as segundas intenções que tinha fossem recíprocas. Na despedida um não sabia o que esperar do outro até que suas bocas se encontrassem. E daí em diante seus encontros eram sempre repentinos, inoportunos e descompromissados. Certa vez, durante uma festa familiar, enquanto todos estavam na varanda, se encontraram por acaso na sala, Gustavo estava acompanhado neste dia, mas mesmo sabendo que não seria correto se aproximar, já que também tinha seus enlaces pendentes, Lara não conteve seus instintos ao se ver a sós com ele no mesmo cômodo, dos olhares, foram para o beijo rasteiro no canto da boca e quando perceberam já estavam se atracando na parede. Eles chegavam do zero ao cem num segundo, os beijos incendiavam seus corpos, suas mãos se degladiavam sobre a roupa, queriam terminar ali, onde quer que estivessem, mas sempre havia um contratempo, alguém aparecia ou o tempo acabava.

Com o tempo entre desencontros e reencontros acabaram não concretizando seus desejos e cada um foi viver sua vida. Passados quase 10 anos sem contato, se revisitaram pelas redes sociais, não trocaram olhares, mas agora curtidas, conversavam sobre o dia a dia e chegaram a confessar os anseios não consumados. A rotina de cada um não colaborava muito, mas como antes, encontraram numa oportunidade o momento para se verem.

Depois de tanto tempo Lara não sabia o que pensar, suas mãos suavam, um tremendo frio na barriga, se sentiu uma adolescente, não sabia se iam agir timidamente depois de tanto tempo ou se atracar no primeiro olhar... após o trabalho se aprontou e alimentou a ilusão de que seria apenas uma prévia excitante, negando suas próprias aspirações.
Gustavo era a ansiedade em pessoa, parou o carro na esquina antes de estacionar, não sabia o que o esperava embora soubesse o que queria. Ele enviou uma mensagem avisando que chegara, ela o recebeu no portão com um cumprimento discreto. Entraram, assim que a porta da sala se fechou ele a segurou para um beijo meio atrapalhado, Lara cruzou as mãos em seu pescoço, admitindo sua vontade em encontrar aquela saudosa boca que tanto adorava, a dela era fina e pequena, a dele carnuda e macia. Aos beijos foram incendiando. Gustavo já estava perdido nos cabelos cacheados dela, o cheiro de Lara era o mesmo e sua pele tão macia quanto ele se lembrava. O furor era igual, nem parecia que ficaram longe um do outro por anos. A dona da casa o levou para o quarto, somente a luz do corredor ficou acesa, as sombras que formavam seus corpos trazia mais beleza àquele momento.
Ainda em pé à beira da cama, ela virou-se de costas e lhe ofereceu as nádegas e o pescoço, Gustavo a beijava da orelha ao ombro enquanto enchia suas mãos com os seios de Lara, que estavam cobertos apenas por uma camada fina de tecido da blusa que ela usava. Os dois refletiam reações opostas embora o desejo fosse o mesmo, ele declarava sua inquietude em cada gesto, era o mesmo garoto afoito de antes, ela roçava seu corpo no dele e se entregava calmamente percebendo o clima que emergia, parecia de novo a mulher uns anos mais madura que ele conhecia, Gustavo foi contagiado pela tranqüilidade de Lara, a deitou na cama e passou a tirar a roupa dela devagar, abaixou a alça de sua blusa e mordeu vagarosamente os mamilos arrepiados ainda encobertos, tirou o shorts jeans colado com que foi recebido chegando a calcinha que ela vestia, Lara inclinou a pelvis como se autorizasse sua retirada, enquanto ele descia as laterais da peça, admirou com a mão a umidade que a transparência do algodão entregava. Ele também se despiu enquanto era observado, debruçou-se sobre Lara, desenhou com a língua os lábios que ela deixara entre abertos, caminhou com os dedos por seus seios, desceu pela cintura e provou o nectar que já escorria por entre suas as pernas. Havia uma inversão de papéis, agora era ela quem ficava agitada contorcendo o corpo enquanto recebia as caricias de Gustavo que erguia o olhar para ver o furacão que criava. Ela arqueva o tronco e pedia para ser possuída, ele se entusiasmava ouvindo gemido de Lara que saía do controle do próprio corpo, até que ela explodiu na boca de Gustavo.
Se beijaram ferozmente, Lara primeiro lhe retribuiu as caricias íntimas, lambeu-o de seu membro aos testiculos, depois deitou-se e ergueu os pés travando-os na nuca de Gustavo convidando-o a continuar de outro ângulo. Ele se colocou dentro de Lara calmamente, ela sentia a rigidez dele em cada centímetro em que era penetrada, Gustavo a percebia extremamente quente, sentia calor de sua mucosa ainda retraída com o prazer que recebera pouco. Eram um só, e continuaram num só movimento. Lara sentiu as pernas fracas, as entreabriu para tocar-se enquanto sentia Gustavo enfurecer dentro dela, ora o encarava, ora fechava os olhos se deliciando. Ele enquanto via a loucura tomar conta dos dois, mudou de estratégia, saiu de Lara e então começou a passear com sua glande em volta dos pequenos e grandes lábios, idas e vindas se lambuzando entre o clitóris rijo e a entrada da vagina. Ela já estava louca e enfurecida, Gustavo a aguardou implorar para ser novamente possuída.
Lara virou-se de lado e se inclinou provocante, ele aceitou sua insinuação e a dominou, agora ela que ergueu o olhar para espiar Gustavo perturbado em seu próprio deleite. Ela ainda cavalgou nele e atingiu o ápice pela segunda vez, depois se colocou de bruços na cama e levantou as ancas para a satisfação de Gustavo. Ele a segurou e inseriu o pênis profundamente, colocou todo seu comprimento, ela alternava entre abraçar a cama e apertar e tocar seus seios. Eles estavam desnorteados, cobertos de suor e êxtase, foram ficando cada vez mais perdidos em seu desejo, Lara percebeu através do urro de Gustavo que ele chegava ao auge, ela se esfregava mais rápido, sentiu-se ser invadida pelo liquido morno da ereção de Gustavo e gozou deliciosamente junto com seu amante. Antes da calmaria se instaurar, Lara tocou em seu clitóris pulsante, Gustavo a sentia comprimir seu falo até ser expulso de dentro dela, virando mero expectador. Ela debruçada na cama, ficou de joelhos com o rosto enterrado nos lençóis, bamboleava em suas próprias mãos. Ele passou a beijar-lhe as costas, passar a barba em seu pescoço e sussurar palavras sujas ao pé do ouvido até que ela sucumbisse ao orgasmo completo.

Os dois descansaram um sobre o outro exaustos, mas a noite não acabaria ali, suas vidas eram um tanto complicadas, e já haviam perdido muito tempo com suas vontades adormecidas.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Alice


Na noite marcada os três se encontraram numa padaria próxima a uma estação de metrô. No caminho Alice divagou sobre suas expectativas deste encontro: fazia um tempo que não via Alberto, era estranho saber que ele confidenciou à sua namorada que se interessava por ela. Maria tinha dito que eles tinham decidido juntos, concordaram em realizar o fetiche um do outro para movimentar a relação de 8 anos, uma terceira pessoa não era problema. Alice não era muito de pensar, aceitou logo a prosposta e foi de alma livre sem neura, até porque o que convenceu Alice, não foi estar com Alberto, mas sim com Maria.
Enquanto se aproximava Alice tentava aparentar normalidade diante dos dois que tomavam vinho e pareciam bem descontraídos. Nunca olhou a amiga de outra maneira, a não ser agora que parou pra observar o quanto sua acompanhante era interessante: seus olhos amendoados, sua boca carnuda e rosada, seus seios fartos e bem distribuídos no decote que usava... 
No Mothel o casal se pôs a frente para a entrada e escolha do quarto. Alice estava ali sem acreditar muito no que ia acontecer, depois de alguns goles de vinho, apareceu-lhe uma coragem adicional acompanhada de uma inquietude, uma calor que subia-lhe entre as pernas.
Entraram no quarto. Alberto logo decidiu tomar um banho e ficaram as duas sozinhas, Alice deu alguns passos a frente sem saber bem o que fazer e quando olhou para trás, se deparou com Maria quase nua, tirando a roupa, faltava-lhe apenas a calcinha. Elas se olharam e Alice ainda estava receosa, mas Maria se aproximou e a beijou como que num ataque ansioso para iniciarem de fato a noite. Caíram na cama e Alice se viu coberta pelos belos seios da amiga, além de fartos eles eram macios e estavam deliciosamente rijos enquanto os provava em sua boca. Elas se acariciavam e se beijavam por todo corpo, mas Maria parecia afoita para ter seus lábios entre as pernas de Alice. Como eram doces seus lábios, sentir a umidade de sua língua, a fazia ficar ainda mais molhada, quase não percebeu que estavam sendo observadas por Alberto, calado, ele já estava pronto e tocou a namorada para que ela soubesse que já estava presente, se beijaram com furor e ao deitar sobre ela, convidou Alice a retribuir os carinhos que acabava de ter recebido da amiga. Por alguns minutos Maria ficou refém dos dois, ora sendo beijada entre lábios de cima a baixo, ora sendo penetrada de joelhos por Alberto e tomada pelos seios por Alice, que passava-lhes os lábios, enchia a boca com os mamilos e se deliciava com os próprios dedos aos mesmo tempo.
Alberto teve seus momentos de deleite enquanto as duas se revezavam e se beijavam como se brigassem por seu falo. Quando chegava a vez de Alice ser penetrada, Maria parecia estar em êxtase como se estivesse esperando por esse momento, ela observou com clara satisfação a amiga se apossar do namorado. Alice não estava insensível mais percebeu-se alheia enquanto sentia Alberto dentro dela, viu-se um objeto dos dois quando foi abandonada por Maria que se voltou para o namorado, como que agradecendo a insanidade que tomava conta dela, agarrou seus lábios debruçada em seu peito, ele por sua vez a confortou disposto a fazê-la gozar em seus dedos.
Alice se empenhou em terminar a ação sobre Alberto enquanto o casal alcançava um frenesi intenso, os movimentos cada vez mais rápidos eram acompanhados pelos urros de satisfação. Alice se acariciou nos mamilos e reacendeu, continuou a cavalgar até que os dois estivessem alcançado o ápice e ela se considerado satisfeita.
Ofegantes o casal se uniu num abraço amoroso e caíram logo no sono.
Restou a Alice ficar ao lado dos dois se observando no espelho de teto, estava sozinha, concluiu que esteve sozinha ali em alguns momentos, não era uma intrusa, mas era somente uma convidada, a intensidade não tinha sido o bastante para ela. Se conectou novamente a seus mamilos que ficaram rapidamente rígidos, se acariciou a fim de atingir aquele prazer que ainda não alcançara, sentiu -se molhada facilmente com as lembranças recentes que vieram a sua mente e só descansou quando chegou ao fim do jeito que queria, se contorceu involuntariamente, em silêncio, mas do jeito que queria terminar a noite.

Sua relação com Maria voltou ao normal para sua própria surpresa, mas Alberto acabou o relacionamento algumas semanas depois, insistindo que não tinha coragem de trocar de papel e dividi-la com outro homem como havia prometido, quando decidiram realizar o desejo um do outro.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

HELENA

Ela se pegou mais uma vez pensando no passado... não no tempo quase mórbido de um relacionamento de águas calmas e previsíveis, acompanhado do abuso velado e de um isolamento inevitável que viveu espontaneamente por alguns anos. Ela lembrava das vezes que sentiu seu sangue pulsar, sua adrenalina subir da cabeça aos pés... tentava procurar na lembrança aquela mulher que pareceu adormecida por um tempo.

Reviveu os tempos de faculdade... a agitação na rua, as reuniões no boteco da esquina... André e Carlos eram os donos, ótimos anfitriões, o primeiro cheio de histórias, o segundo calado e observador, talvez os únicos que ela tenha poupado dos seus flertes na época.
As conversas eram regadas às partidas de sinuca, muitos cigarros e copos de cerveja que atravessavam a madrugada em diversas noites... Ás vezes, olhares mais insinuantes dividiam a noite com as bebidas também mais quentes.

A filosofia ocupava a sala de aula e o balcão... tinha lugar pra tudo menos para a monotonia. Como se dizia entre um dos assuntos das aulas.... Helena era pura vontade de potência... na maioria das vezes saía vestida disposta a provocar e determinada a caçar, não por ninguém mas por si mesma... queria terminar a noite nua e acordar cansada e renovada em alguma cama alheia.
A maior aventura ela viveu num romance, talvez mais adequadamente se chamarmos de "caso".... foram alguns meses, os meses mais intensos que vivera... se envolveu em segredo. Ela sempre o observou, aliás sempre observava tudo. Agora não se lembrava exatamente o que mais chamava a atenção para ele, se toda a liberdade que aspirava em seus discursos, se os olhares que ele tentava disfarçar respeitosamente nas curvas e no comprimento das roupas ou nas digressões libidinosas que descobriu que ele escrevia. Provavelmente tudo isso, um conjunto interessante que ele trazia pro seu mundo das ideias, descobertas que ela sentia que devia provar.

Helena tomou um bom gole de café e acendeu um cigarro na janela, por um instante acordou pra sua vida de mãe solo e dona de casa, nunca se esqueceu dessa garota que alimenta a mulher que se tornou. - E o que é hoje Helena? - se perguntou. Está em construção como sempre, e apesar de não se regojizar de tudo que viveu, se orgulha de tudo que conquistou. Essa garota decidida habita Helena, sempre esteve lá, e parece que está renascendo de alguma maneira, agora mais madura e cautelosa, com novos anseios e receios sim, mas repleta de vigor.

Entre um trago e outro, o silêncio da madrugada a faz voltar pra sua aventura. Senta-se na poltrona próxima a ela, inclina a cabeça para cima e fecha os olhos... lembra-se das mãos que a tocaram, dos lábios que já provaram seu corpo, de como se dava a seu próprio prazer...
Se concentrou nas cenas que lembrava daquele que a ensinou entre os livros no seu pequeno e aconchegante apartamento. Podia sentir a brisa vinda da janela tocar sua pele, seus seios estavam acordando. Recordou, que não pela primeira vez, tomou a iniciativa, nessa época através de mensagens instantâneas pelo celular, ela jogou a isca através das palavras e colheu uma reposta surpresa, mas interessada. Reviu na mente os encontros cheios de fantasias e devaneios dos dois, às vezes começavam entre olhares num restaurante, ou nas provocações disfarçadas civilizadamente na mesa: -estou sem calcinha hoje- o que fazia Pedro ficar excitadamente desconcertado, enquanto a mão na cintura dela na porta do elevador fazia ela suar entre as pernas e sentir um frio na barriga sufocante.

No meio dessa ansiedade, Helena abriu involuntariamente as pernas... erguendo sua nuca ela sentia o ar gelado da madrugada e mordia os próprios lábios pensando nas palavras ditas ao pé do ouvido por Pedro enquanto tirava sua roupa repetidas vezes em tantas tardes e pernoites. Na primeira vez ele não sabia como tocá-la, não queria ser ousadamente agressivo como fora em seu último relacionamento em que atendia a desejos sádicos, então a observava encantado por sua jovialidade, preferiu espiá-la com consentimento acanhado durante o banho, ele adorava sua pele, um cor bronzeada que lhe era natural, seu olhar seguia o caminho das espumas de sabão que passeavam por entre as curvas de Helena, ela sempre foi corpulenta e tinha ancas que sempre a fizeram segura de sua sensualidade.
Na poltrona as lembranças já traziam sensações mais inquietantes, tocava seus seios eriçados e sua pele arrepiada enquanto revivia os beijos, os afagos, as loucuras e taras divididas entre os dois. Ora as histórias que ele adorava que ela descrevesse quando havia estado com outros homens, os detalhes do sexo e do gozo que havia permitido que lhe retribuíssem, ora os diálogos incestuosos e as criações pecaminosas e promíscuas, como num prelúdio à Dionísio que a fizera confessar o seu desejo por uma colega de classe, ou mesmo os detalhes que Pedro lhe contava do prazer que tinha de olhar para entre suas pernas e a perceber úmida em seus pubianos que ele adorava ver crescidos. O calor a tomava, já estava nua, se tocava pensando em todo furor que viveram entre quatro paredes, na melancolia que a cobria de ferocidade, nos lábios de Pedro percorrendo seu corpo, em cada palavra que dizia a ele sem preconceitos de como havia se sentido com outra pessoa, o deixando cada vez mais louco quanto mais detalhes ela descrevia, em como também enlouquecia com ele, enquanto a penetrava e a dominava, num frenesi que a essa altura já estava em seus dedos por entre suas pernas. Helena suava e sentia o ápice se aproximar ao mesmo tempo que não queria parar de sentir aquele prazer imensurável que já estava entranhado em seu corpo, a respiração ofegante, o gemido incontrolável que tentava abafar, ela sentia como se Pedro estivesse ali, ele adoraria observá-la se provar como já havia feito antes, ainda mais sabendo o que a motiva, admirava atos viscerais como este. Ela então sentiu o descontrole se aproximar freneticamente sequenciado à fricção de seu clitóris rígido, sentiu-se totalmente molhada, fazendo-a explodir num orgasmo que nenhum homem a fizera sentir na vida, nem mesmo Pedro, uma satisfação pessoal inimaginável.

Antes de dormir, mais um cigarro e dessa vez um pouco de vinho para esquentar o frio que tomou conta de seu corpo quando se percebeu despida com dia prestes a amanhecer. Helena concluiu que ela é dessas mulheres, donas de si na vida, e de quem elas quiserem na cama.