segunda-feira, 27 de abril de 2020

Lara


Desde a primeira vez, eles se olharam com interesse mútuo, foram apresentados por uma amiga casualmente num passeio pela rua. No fim de uma festa Gustavo ofereceu carona e Lara aceitou, torcendo para que as segundas intenções que tinha fossem recíprocas. Na despedida um não sabia o que esperar do outro até que suas bocas se encontrassem. E daí em diante seus encontros eram sempre repentinos, inoportunos e descompromissados. Certa vez, durante uma festa familiar, enquanto todos estavam na varanda, se encontraram por acaso na sala, Gustavo estava acompanhado neste dia, mas mesmo sabendo que não seria correto se aproximar, já que também tinha seus enlaces pendentes, Lara não conteve seus instintos ao se ver a sós com ele no mesmo cômodo, dos olhares, foram para o beijo rasteiro no canto da boca e quando perceberam já estavam se atracando na parede. Eles chegavam do zero ao cem num segundo, os beijos incendiavam seus corpos, suas mãos se degladiavam sobre a roupa, queriam terminar ali, onde quer que estivessem, mas sempre havia um contratempo, alguém aparecia ou o tempo acabava.

Com o tempo entre desencontros e reencontros acabaram não concretizando seus desejos e cada um foi viver sua vida. Passados quase 10 anos sem contato, se revisitaram pelas redes sociais, não trocaram olhares, mas agora curtidas, conversavam sobre o dia a dia e chegaram a confessar os anseios não consumados. A rotina de cada um não colaborava muito, mas como antes, encontraram numa oportunidade o momento para se verem.

Depois de tanto tempo Lara não sabia o que pensar, suas mãos suavam, um tremendo frio na barriga, se sentiu uma adolescente, não sabia se iam agir timidamente depois de tanto tempo ou se atracar no primeiro olhar... após o trabalho se aprontou e alimentou a ilusão de que seria apenas uma prévia excitante, negando suas próprias aspirações.
Gustavo era a ansiedade em pessoa, parou o carro na esquina antes de estacionar, não sabia o que o esperava embora soubesse o que queria. Ele enviou uma mensagem avisando que chegara, ela o recebeu no portão com um cumprimento discreto. Entraram, assim que a porta da sala se fechou ele a segurou para um beijo meio atrapalhado, Lara cruzou as mãos em seu pescoço, admitindo sua vontade em encontrar aquela saudosa boca que tanto adorava, a dela era fina e pequena, a dele carnuda e macia. Aos beijos foram incendiando. Gustavo já estava perdido nos cabelos cacheados dela, o cheiro de Lara era o mesmo e sua pele tão macia quanto ele se lembrava. O furor era igual, nem parecia que ficaram longe um do outro por anos. A dona da casa o levou para o quarto, somente a luz do corredor ficou acesa, as sombras que formavam seus corpos trazia mais beleza àquele momento.
Ainda em pé à beira da cama, ela virou-se de costas e lhe ofereceu as nádegas e o pescoço, Gustavo a beijava da orelha ao ombro enquanto enchia suas mãos com os seios de Lara, que estavam cobertos apenas por uma camada fina de tecido da blusa que ela usava. Os dois refletiam reações opostas embora o desejo fosse o mesmo, ele declarava sua inquietude em cada gesto, era o mesmo garoto afoito de antes, ela roçava seu corpo no dele e se entregava calmamente percebendo o clima que emergia, parecia de novo a mulher uns anos mais madura que ele conhecia, Gustavo foi contagiado pela tranqüilidade de Lara, a deitou na cama e passou a tirar a roupa dela devagar, abaixou a alça de sua blusa e mordeu vagarosamente os mamilos arrepiados ainda encobertos, tirou o shorts jeans colado com que foi recebido chegando a calcinha que ela vestia, Lara inclinou a pelvis como se autorizasse sua retirada, enquanto ele descia as laterais da peça, admirou com a mão a umidade que a transparência do algodão entregava. Ele também se despiu enquanto era observado, debruçou-se sobre Lara, desenhou com a língua os lábios que ela deixara entre abertos, caminhou com os dedos por seus seios, desceu pela cintura e provou o nectar que já escorria por entre suas as pernas. Havia uma inversão de papéis, agora era ela quem ficava agitada contorcendo o corpo enquanto recebia as caricias de Gustavo que erguia o olhar para ver o furacão que criava. Ela arqueva o tronco e pedia para ser possuída, ele se entusiasmava ouvindo gemido de Lara que saía do controle do próprio corpo, até que ela explodiu na boca de Gustavo.
Se beijaram ferozmente, Lara primeiro lhe retribuiu as caricias íntimas, lambeu-o de seu membro aos testiculos, depois deitou-se e ergueu os pés travando-os na nuca de Gustavo convidando-o a continuar de outro ângulo. Ele se colocou dentro de Lara calmamente, ela sentia a rigidez dele em cada centímetro em que era penetrada, Gustavo a percebia extremamente quente, sentia calor de sua mucosa ainda retraída com o prazer que recebera pouco. Eram um só, e continuaram num só movimento. Lara sentiu as pernas fracas, as entreabriu para tocar-se enquanto sentia Gustavo enfurecer dentro dela, ora o encarava, ora fechava os olhos se deliciando. Ele enquanto via a loucura tomar conta dos dois, mudou de estratégia, saiu de Lara e então começou a passear com sua glande em volta dos pequenos e grandes lábios, idas e vindas se lambuzando entre o clitóris rijo e a entrada da vagina. Ela já estava louca e enfurecida, Gustavo a aguardou implorar para ser novamente possuída.
Lara virou-se de lado e se inclinou provocante, ele aceitou sua insinuação e a dominou, agora ela que ergueu o olhar para espiar Gustavo perturbado em seu próprio deleite. Ela ainda cavalgou nele e atingiu o ápice pela segunda vez, depois se colocou de bruços na cama e levantou as ancas para a satisfação de Gustavo. Ele a segurou e inseriu o pênis profundamente, colocou todo seu comprimento, ela alternava entre abraçar a cama e apertar e tocar seus seios. Eles estavam desnorteados, cobertos de suor e êxtase, foram ficando cada vez mais perdidos em seu desejo, Lara percebeu através do urro de Gustavo que ele chegava ao auge, ela se esfregava mais rápido, sentiu-se ser invadida pelo liquido morno da ereção de Gustavo e gozou deliciosamente junto com seu amante. Antes da calmaria se instaurar, Lara tocou em seu clitóris pulsante, Gustavo a sentia comprimir seu falo até ser expulso de dentro dela, virando mero expectador. Ela debruçada na cama, ficou de joelhos com o rosto enterrado nos lençóis, bamboleava em suas próprias mãos. Ele passou a beijar-lhe as costas, passar a barba em seu pescoço e sussurar palavras sujas ao pé do ouvido até que ela sucumbisse ao orgasmo completo.

Os dois descansaram um sobre o outro exaustos, mas a noite não acabaria ali, suas vidas eram um tanto complicadas, e já haviam perdido muito tempo com suas vontades adormecidas.

Nenhum comentário: