quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Insight VII


 Às vezes eu paro toda a atividade do dia a dia para contemplar meu desejo. Eu penso na cobiça de cada centímetro meu. Penso em alguéns aleatórios explanando minhas curvas voluptuosamente. Os detalhes me prendem, como o som da lubrificação dos corpos se esfregando, as bocas sugando minha loucura, o tirar da roupa roçando nos meus mamilos, a agressividade sufocando meu pescoço, o puxar dos cabelos, o suor escorrendo por entre os poros, o arrepiar dos pelos. Urros e sussurros ao pé do ouvido, o linguajar pecaminoso e sujo proclamado entre quatro paredes. Meu descontrole me alcança em todos aqueles que eu imagino comigo, ora homens, ora mulheres, por vezes só me observando, outras me provando, solo ou em grupos, sendo protagonista ou só espiando.
Eu mergulho em minha carne e a umidade nela me atiça, me enfurece, me faz balbuciar baixo minhas loucuras enquanto sinto minhas entranhas escorregarem em satisfação. Eu visualizo corpos nus, orgãos isoladamente iluminados, lábios, seios, vulvas e falos se tocando e sendo estimulados.  A sexualidade alheia me fascina, as imagens se sobrepõe entre fantasia criada e realidade vivida. A obscenidade generosamente invade minha alma, sinto minhas pernas bambas, meu eixo trêmulo, a respiração falta, a boca saliva, os músculos se contraem e me deparo com o prazer me preenchendo incansavelmente como um curto circuito. Eu encharco a cadeira e esvazio a mente, me distraio das atribuições para abraçar a liberdade que me contempla.

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